FORMAÇÃO E
INDEPENDÊNCIA DO CANADÁ
HISTÓRIA do CANADÁ
Pré-história
Os primeiros
homens, procedentes provavelmente da Ásia, chegaram ao território norte
americano há talvez 30.000 anos atrás, cruzando hoje pelo Estreito de Behring,
faixa de terra que unia a Sibéria com o Alasca. Daqui foram-se deslocando
paulatinamente para o sul. Estes primitivos povos desenvolviam uma cultura
própria muito antes que os primeiros europeus chegassem.
Primeiros
Exploradores
É provável que os
vikings navegaram pelo litoral canadense pelo ano 1000 e se estabeleceram em
uma pequena colônia ao norte de Terranova, sendo este o primeiro contato de
Canadá com os europeus.
Desde o século XV
os pescadores britânicos e normandos operavam nos grandes bancos de Terranova.
Em 1497-98 John Cabot percorre a costa desde Terranova até a Nova Escócia em
uma expedição promovida pelo rei Enrique VII da Inglaterra. Porém a exploração
mais importante a realiza Jacques Cartier que percorre em 1534 o Golfo de São
Lorenço. No ano seguinte, remontando o rio, chega até o que hoje é Montreal.
Calcula-se que no
século XV, momento em que chegam os colonizadores do Velho Mundo, antes da expansão
colonial, uns 300.000 homens -entre índios e esquimós- ocupavam o território
que na atualidade corresponde a Canadá. Estes aborígenes viviam basicamente da
caça, pesca e agricultura.
No século XVI
exploradores britânicos e franceses percorrem América do Norte. A princípio do
século XVII as companhias começaram a assentar-se em Acadia (Nova Escócia) e na
cidade de Quebec. Não se estabelecem povoados até apreciar-se a importância do
comércio de peles, sendo os primeiros os de Port Royal (Nova Escócia) em 1605 e
Quebec em 1608. Desde cedo caçadores e missionários chegam aos Grandes Lagos e
em 1682 La Salle chega até a desembocadura do Mississipi. Samuel de Champlain,
explorador, escritor, cartógrafo e pai da Nova França, deu um impulso
definitivo à história do Canadá quando, em 1608, funda um assentamento em
Quebec. Já não século XVII França reclama um Império que se estende desde o
Lago Superior até o Golfo do México. Os franceses se estabelecem ao longo do
rio São Lorenço e em volta dos Grandes Lagos, enquanto que os britânicos ficam
na Baia de Hudson e na costa atlântica.
Colonialismo
Europeu
Alguns
historiadores acreditam que o português João Vaz Corte Real tenha sido o
primeiro europeu a oficialmente desembarcar em terras canadenses, ao comando de
uma expedição luso-dinarmaquesa, embora poucos historiadores acreditem na
existência de tal expedição, devido à ausência de referências.
O primeiro europeu
reconhecidamente a pisar em terras canadenses foi o italiano John Cabot,
trabalhando oficialmente sob o comando da coroa inglesa. Portugueses
explorariam a costa canadense durante as primeiras décadas do século XVI, mas a
colonização viria somente quando os ingleses, e especialmente os franceses, se
estabeleceram a partir da década de 1540. Os ingleses não tiveram uma forte
presença no antigo Canadá (instalando-se nas atuais províncias de Nova Escócia
e Terra Nova e Labrador, sendo que o Rio São Lourenço e outras regiões
estratégicas estavam nas mãos dos franceses. A Nova França (Nouvelle-France)
continuava a se expandir. Essa expansão foi não foi bem aceita pelos huron,
iroqueses e, principalmente, pelos ingleses e colonos americanos das Treze
Colônias britânicas, desencadeando uma série de batalhas que culminou no
Tratado de Paris - na qual os franceses aceitam ceder seus territórios da Nova
França para os ingleses.
Os ingleses, que já
então dominavam o imenso Território do Noroeste (que à época incluía também as
atuais (ou parte de) províncias canadenses de Alberta, Saskatchewan, Manitoba,
e Nunavut) passaram o Ato de Quebec, que permitiu aos franceses estabelecidos
no antigo Canadá que continuassem a manter seu código civil e sancionou a
liberdade de religião e de idioma - permitindo que a Igreja Católica e a língua
francesa continuassem a sobreviver no Canadá até os dias atuais.
Com a Guerra de
Independência dos Estados Unidos da América, que durou de 1775 até 1783, o
Canadá recebeu levas de colonos leais aos britânicos, provenientes das Treze
Colônias britânicas rebeldes. Tais colonos se estabeleceram no que é a atual
província de Ontário. Com isso, os britânicos decidiram separar o Canadá em
dois, criando o Canadá Superior (atual Ontário) e o Canadá Inferior (atual
Quebec), além do território de Nova Brunswick (antiga Acádia - parte dos
territórios antigamente colonizados pelos franceses).
Os próprios
americanos, em 1812, invadiram o Canadá Inferior e o Canadá Superior, numa
tentativa de anexar o resto das colonias britânicas na América do Norte,
desencadeando a Guerra de 1812. Os americanos não tiveram sucesso - mas
ocuparam temporiamente as cidades de York (atual Toronto) e Quebec,
queimando-as ao sair.
Em 1837, houve-se
uma grande rebelião de colonos, tanto no Baixo Canadá quanto no Alto Canadá.
Isso levou os britânicos à uma tentativa de assimilar a cultura francesa à
inglesa - entre outras coisas, o Baixo Canadá e o Alto Canadá foram unidas numa
única províncias do Canadá.
O medo de uma
segunda invasão americana, gerando imensas despesas em relação ao quesito
segurança (mais tropas, armamentos, suprimentos, etc), aliado ao fracasso
britânico em assimilar os franceses em 1830, fez com que a idéia da
Confederação Canadense (mentalizada por colonos canadenses), cujo objetivo era
integrar o Canadá e defender melhor a região de um eventual ataque americano,
fosse aprovada pelos ingleses. Em Primeiro de julho de 1867, as províncias do
Canadá, Nova Brunswick e Nova Escócia tornaram-se uma federação (porém, ainda
com fortes laços com os ingleses).
Descoberta do Canadá
A região é
descoberta e revindicada em 1497 por John Cabot, um navegador veneziano, que
navegava a serviço da Coroa britânica. A colonização, no entanto, tem início
com os franceses, em 1554, a partir do desembarque de Jacques Cartier no golfo
de São Lourenço.
Em 1629, os
ingleses tentam conquistar Quebec (cidade fundada pelos franceses em 1608), mas
só começam a se instalar na região dos Grandes Lagos em 1717.
Ingleses e
franceses lutam entre si no Canadá por quase 80 anos, como reflexo das guerras
entre suas metrópoles na Europa. E finalmente, em 1759, as tropas inglesas
conquistam Québec. Contudo, um tratado de paz assinado em 1763 reconhece o
controle britânico sobre o Canadá. E, mesmo derrotados, os colonos franceses
conseguem preservar seus direitos sob a tutela britânica.
Em 1774, a Lei de
Quebec permite que a população de origem francesa preserve sua língua, seus
costumes e leis civis.
A expansão para o
oeste é impulsionada por caçadores de peles e aventureiros, que acabam por
exterminam a maior parte dos indígenas, até a chegada da expedição de Alexander
Mackenzie à costa do Pacífico em 1793.
Em 1841, o Reino
Unido unifica as colônias de Ontário e Quebec como província do Canadá. E os
demais territórios vão sendo incorporados gradativamente.
Canadá Independente
O marco da
independência é o British North America Act, de 1867, que cria o Poder
Legislativo nos moldes do Parlamento britânico, ainda subordinado ao Reino
Unido. Mas, após a participação militar do Canadá na I Guerra Mundial, o país é
aceito em 1919 como membro autônomo da Liga das Nações.
A independência
completa-se em 1931, com o Estatuto de Westminster. Enquanto isso na província
do Québec as reivindicações por autonomia da província crescem depois da II
Guerra Mundial. Como forma de apaziguar os animos dos separatistas, em 1969, o
francês é adotado como uma das línguas oficiais do país, ao lado do inglês.
Em 1980, um projeto
de independência é derrotado no plebiscito popular. E em 1992, uma proposta do
governo federal de conceder maior grau de autonomia à província é considerada
insuficiente e rejeitada pelos eleitores de Québec.
No ano de 1995, os
separatistas são derrotados em novo plebiscito por apenas 50 mil votos de
diferença. Após a eleição do líder pró-independência Lucien Bouchard como
primeiro-ministro da província de Québec (cargo equivalente ao de governador no
Brasil), o governo central tenta acalmar os ânimos separatistas convidando dois
federalistas de Québec a integrar seu ministério.
A partir de 1984
com o governo do conservador Brian Mulroney, o Canadá intensifica os laços
econômicos com os EUA. E, em 1988 é assinado um acordo de livre comércio entre
os dois países, primeiro passo para a adesão canadense ao Nafta, que se
oficializa em 1º de Janeiro de 1994.
Mas popularidade de
Mulroney despenca em 1993, diante dos altos índices de inflação e desemprego, e
ele renuncia ao cargo de Primeiro Ministro em Junho, sendo substituído pela correligionária
Kim Campbell.
Nas eleições de
Novembro, os conservadores sofrem uma derrota esmagadora, perdendo 153 das 155
cadeiras que tinham no Parlamento. O líder do vitorioso Partido Liberal do
Canadá, Jean Chrétien, torna-se primeiro-ministro e adota uma política de
austeridade para combater o enorme déficit público.
Em Abril de 1997,
Chrétien aposta na alta popularidade e anuncia a antecipação das eleições
parlamentares em 18 meses. O resultado do pleito realizado em Junho, no
entanto, dá ao Liberal uma vantagem de apenas quatro cadeiras.
Enfraquecido,
Chrétien passa por um período de dificuldade para continuar seu projeto de
ajuste econômico, que prevê reforma do sistema de Previdência Social e
posterior redução de impostos. Contudo consegue realizar todas as suas
promessas, e nas eleições federais de 2001 o Partido Liberal do Canadá de Jean
Chrétien retoma grande parte das cadeiras do Parlamento perdidas em 1997.