FORMAÇÃO E INDEPENDÊNCIA
DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
A independência dos Estados
Unidos serviu como um ponto de referência no processo político e econômico que
resultou no fim o antigo regime. Por causa disso desenvolveu-se na América do
Norte um tipo de regime político renovado: a República, baseada na
democracia representativa.
Os Estados Unidos teve origem com
trezes colônias inglesas na América, isto a partir do século XVII. Num período
de dois séculos, foi reunido mais de 2 milhões de habitantes. Entre colônias do
Norte e do Sul havia grandes diferenças. Isto porque nas colônias do norte, a
estrutura administrativa era baseada em uma ocupação de pequenas propriedades e
colonos livres; nas do sul, era o oposto: grandes fazendas de produtos
tropicais, cultivados por escravos africanos. Mesmo com essas diferenças,e como
conseqüência, os vários conflitos resultantes, não impediu a formação de uma
nação soberana e unificada.
As colônias do Norte e do Centro
tiveram um desenvolvimento bem deferente das do Sul. Nestas regiões
predominavam as pequenas e medias propriedades. O trabalho era livre, exercido
por colonos que fugiram da Europa por motivos políticos ou religiosos.
Por causa do clima da região, os
produtos agrícolas eram semelhantes aos cultivados na Europa, isto gerava pouca
lucratividade. Isso enfraqueceu o comércio com a metrópole, pois, não havendo
cargas que fossem e viessem da metrópole para colônia e vice e versa, o frete
ficava caro. Apesar de proibida a existência de manufaturas, os ingleses
permitiriam aos colonos do centro-norte uma certa autonomia econômica.
Manufaturas e policulturas
trouxeram desenvolvimento econômico. O excedente logo passou a ser
comercializado com as colônias do Sul, abastecidas até então pela metrópole. A
região Sul, por ser mais próxima dos trópicos, passou a se especializar no
cultivo de produtos como tabaco, anil e algodão, destinados a exportação. O
comércio de produtos tropicais dava muitos lucros para a camada dominante. Essa
forma de exploração também afetou a estrutura da propriedade e das relações de
trabalho. Ali predominavam a grande propriedade, a monocultura e o trabalho
escravo.
As atividades comerciais dos
colonos do Norte ultrapassaram as fronteiras da nova Inglaterra. Começam a
surgir os triângulos comerciais. O de mais destaque foi o que envolvia a
exportação de peixe, gado e produtos alimentícios para as Antilhas. Lá, os
colonos-comerciantes compravam melaço, rum e açúcar. Em Nova York e na
Pensilvânia, transformavam o melaço em mais rum, que trocavam por escravos na
África. Estes eram vendidos nas Antilhas ou nas colônias do Sul.
Outro triangulo começava na
Filadélfia, Nova York, com carregamentos trocados na Jamaica por melaço e
açúcar. Esses produtos eram levados para a Inglaterra e trocado por tecidos e
ferragens, que eram trazidos para a Filadélfia.
As leis inglesas de navegação não
tinham como proibir o desenvolvimento das colônias do Norte, isto porque estas
leis não tinham como ser aplicadas. Mas quando o comercio colonial começou a
concorrer com o metropolitano, naturalmente começaram a surgir atritos que
resultaram na emancipação das treze colônias.
A reação da metrópole
O crescimento do comercio
colonial começou a preocupar a Inglaterra, isto induziu a uma mudança na
política. Outro dado importante que contribuiu para a mudança: foi a Guerra do
Sete Anos (1756-1763), entre ingleses e franceses. Como a Inglaterra venceu,
ela se apossou de grande parte do território colonial Francês.
Ao mesmo tempo, o Parlamento
inglês decidiu aumentar as taxas e os direitos da Coroa na América, para assim
pagar parte dos custos da guerra. Esta medida tinha como objetivo também punir
os colonos, porque durante a guerra, eles aproveitaram para fazer negócios com
os franceses no Canadá e nas Antilhas e ainda cederam homens e recursos
materiais aos inimigos.
George Grenville,
primeiro-ministro inglês, decidiu colocar nas colônias uma força militar de 10
mil homens. O Parlamento também aprovou duas leis para arrecadar mais dinheiro
as: Lei do Açúcar (1764) e a Lei do Selo (1765).
» Lei do Açúcar:
esta lei estabelecia novas taxas alfandegárias sobre grande quantidade de
produtos estrangeiros, entres estes estavam o melaço antilhano, que era
importante para a fabricação de rum e açúcar.
» A Lei do Selo:
esta lei exigia que fossem colocados selos em documentos legais, contratos
comerciais, jornais e até em baralhos. Esta lei desagradou muito aos colonos,
que protestaram, e fizeram uma reunião em Nova York, em 1765, o Congresso da
Lei do Selo, que, mesmo afirmando serem fieis a Coroa, decidiram boicotar o
comercio inglês. O resultado foi a revogação desta lei e a redução das taxas
sobre o melaço.
Havia problemas não só de ordem
econômica, mas também intelectual, pois a elite norte-americana e muitos dos
colonos estavam sendo influenciados pelos ideais iluministas. Essas pessoas
tinham o sonho da formação de um novo país, independente e livre.
Os colonos continuaram a
contestar o direito legislativo do Parlamento inglês, recusando-se a cumprir a Lei
do Aquartelamento (1765). Lei que exigia aos colonos que contribuíssem com
alojamento, comida e transportes para as tropas inglesas enviadas as colônias.
Em 1767, o novo
primeiro-ministro, Charles Townshend, fez mais uma exigência: que os colonos
pagassem mais impostos sobre produtos importados. estes foram chamados Atos
Townshed. A resposta dos colonos foi o boicote as mercadorias inglesas. Por
causa disso, em 1770, foram abolidos os Atos Townshend, menos o imposto
referente ao chá.
A crise teve o auge em 1773,
porque a Lei do Chá dava o monopólio desse comercio a Companhia das
Índias Orientais. A Companhia transportaria o chá diretamente das índias para
América. Esta atitude deu grandes prejuízos aos colonos norte-americanos.
Mesmo assim o Parlamento ainda
reagiu, pois em maio de 1774, o porto de Boston foi interditado até o pagamento
dos prejuízos; Massachusetts e Boston ficaram sob controle militar.
Até 1763, o governo inglês tinha
incentivado o povoamento a oeste das colônias, com o objetivo de combater as
pretensões de invasão dos franceses e espanhóis.
Como a situação não estava de
agrado do governo inglês, este resolveu mudar sua política no que diz respeito
a ocupação das terras a oeste das treze colônias, já que a guerra dos sete anos
havia acabado e agora as terras estavam em seu poder. Então em 1763, o governo
proibiu a ocupação dessas terras por mais colonos norte-americanos. Então, em
1774, publicou o Ato de Quebec, onde toda a região do Ohio e do noroeste
passou a ser da província de Quebec (no atual Canadá).
O resultado destas novas leis foi
a falência dos primeiros colonos que, para pagar suas dívidas tiveram de vender
suas propriedades e avançar em direção ao Oeste em busca de novas terras.
Em 1764, teve a Lei da Moeda,
que proibia a emissão de dinheiros na colônia, isto servia para limitar a alta
de preços dos produtos agrícolas e tornavam mais difícil a situação dos
plantadores.
A Guerra de Independência
Americana (1776-1783)
Os representantes dos colonos
ficaram revoltados com as leis extremistas da metrópole, por isso reuniram no Primeiro
Congresso Continental de Filadélfia, realizado em setembro de 1774.
Este congresso não tinha caráter
não-separatista, mas foi decido enviar uma petição ao rei e ao parlamento
inglês, com um pedido de revogação daquelas leis, em nome da igualdade de
direitos dos nortes-americanos.
O Segundo Congresso
Continental de Filadélfia, em maio de 1775, já assumia posições claramente
separatistas. Em junho de 1776, a Virginia tomou a iniciativa de proclamar sua
independência, por publicar uma Declaração dos Direitos Humanos. Para
chefiar a resistência, foi nomeado George Washington. Em 4 de julho de
1776, quando estavam todos reunidos na Filadélfia, os delegados de todos os
territórios promulgaram a Declaração da Independência redigida por
Thomas Jefferson, com mudanças introduzidas por Benjamin Franklin e Samuel
Adams.
A Guerra de Independência iniciou
em março de 1775, quando Boston foi tomada pelos norte-americanos. Um problema
enfrentado pelas forças rebeldes foi a falta de organização. Pois cada região
encarava a guerra de um ponto de vista. Por exemplo: Os colonos canadenses
permaneceram fiéis a Inglaterra. Os voluntários do exercito, alistados por um
ano, quando vencia o seu tempo abandonavam a luta para cuidar de suas
colheitas. Os oficiais, geralmente eram estrangeiros, e não se sentiam tão
envolvidos no conflito.
A conseqüência foi a derrota em
Nova York. Mas na Filadélfia os colonos ganharam novos ânimos, quando venceram
a batalha de Saratoga.
Na França, a monarquia francesa
estava muito interessada nos acontecimentos na América, pois eles colocavam em
dificuldades sua grande inimiga, a Inglaterra.
Os norte-americanos tinham a
certeza que somente com o apoio de alguma potência européia teriam forças para
enfrentar com sucesso as forças inglesas.
O resultado da batalha de
Saratoga acabou por dar uma espécie de garantia à França de que seria vantajoso
para ela apoiar os norte-americanos, então em fevereiro de 1778, estabeleceu
com o Congresso norte-americano um tratado de amizade, aliança e comércio. Este
acordo assegurava aos rebeldes o apoio francês em homens, armas e dinheiros.
Com a ajuda marítima francesa, a
guerra estendeu-se até o Caribe e as Índias. Em 1779, La Fayette conseguiu o
envio para o território americano de 7500 franceses comandados pelo general
Rochambeau. Nesse mesmo ano, a França conseguiu o apoio da Espanha para entrar
na luta contra a Inglaterra. Em 1783, a Inglaterra sem mais nenhuma opção teve
de reconher a independência dos Estados Unidos da América pelo Tratado de
Versalhes. As fronteiras do novo país foram assim bem estabelecidas, a
saber: ao noroeste, nos Grandes Lagos; a oeste, no rio Mississipi.
Em 1787, foi proclamada a Constituição
norte-americana. baseada no espírito do Iluminismo, a Carta Constitucional
definia o Estado como Republica Federativa presidencialista, esta
estabelecia a existência de três poderes independentes: Executivo,
Legislativo e Judiciário.
O chefe do executivo seria o Presidente
da Republica, eleito pelo período de quatro anos por representantes das
Assembléias dos cidadãos( o povo).
Comporiam o Legislativo, ou
Congresso: a Câmara dos representantes, com delegados da cada estado
proporcional ao número de sua população; e o Senado, com dois representantes
por estado. O congresso ficaria com a função de votar leis e orçamentos. Uma
Corte Suprema composta por nove juízes indicados pelo presidente resolveria os
conflitos entre os estados e entre estes e a União.
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