9º
Ano (8ª SÉRIE) GUERRA DE SECESSÃO e NEW
DEAL
Introdução
A
Guerra de Secessão foi um conflito militar que ocorreu nos Estados Unidos,
entre os anos de 1861 e 1865. De lado um ficaram os estados do sul contra os
estados do norte.
Causas:
Os
estados do sul tinham uma economia baseada no latifúndio escravista e na
produção, principalmente de algodão, voltada para a exportação. Enquanto isso,
os estados do norte defendiam a abolição da escravidão e possuíam suas
economias baseadas na indústria. Esta diferença de interesses deflagrou o
conflito.
A forte tradição de autonomia estadual: era muito forte
a convicção nos estados americanos (sobretudo nos do Sul, escravistas) que a
adesão aos EUA durante a independência era um ato voluntário. Isso implicava
também no direito de secessão ou separação, caso a união não fosse mais vista
como vantajosa aos interesses dos estados. Esse argumento foi central na
decisão sulista de constituir um outro país separado do Norte, em 1860.
A
Questão da Escravidão. A decisão de manter a escravidão ou aboli-la
era responsabilidade dos estados, que tinham a autonomia nessa questão desde a
independência. Os estados do Norte (capitalistas), não dependiam da escravidão
e a aboliram, enquanto os estados do Sul, por dependerem dela em suas
plantations, decidiram mantê-la. O desenvolvimento industrial do Norte na
primeira metade do século XIX, com sua sociedade cada vez mais moderna e
inspirada no liberalismo político, tendia a gerar um confronto com o escravismo
no Sul. A escravidão sulista era cada vez mais criticada pelos nortistas como
um regime atrasado, obstáculo à modernização dos EUA. Com efeito, na década de
1850 o movimento abolicionista cresceu e uma visão simpática aos negros
expandiu-se.
A
Questão Tarifária. Os estados sulistas tinham poucas indústrias e eram
importadores de produtos industriais, defendendo o livre-comércio. Os estados
nortistas, ao contrário, defendiam o protecionismo alfandegário contra a
concorrência estrangeira.
A
Questão do Oeste. Sulistas e nortistas disputavam o status dos novos
estados do Oeste, que determinaria o equilíbrio entre as bancadas parlamentares
abolicionistas e escravistas no Congresso, favorecendo ou não a proibição da
escravidão. Pelo Ato do Kansas-Nebraska (1854), esses estados
poderiam optar pela adoção do trabalho escravo, contrariando os acordos
anteriores.
A
radicalização do movimento abolicionista (1854-1860). Surgiram
sociedades secretas que ajudavam a fuga de escravos e organizações políticas
que pressionavam pela intervenção federal contra a escravidão. Em 1854, foi criado
o Partido Republicano, defensor da abolição. Os republicanos cresceram
eleitoralmente em 1855-1860, assustando os sulistas, o que aumentou a tensão na
relação entre as duas regiões.
Em
1860, o candidato do Partido Republicano, senador Abraham Lincoln,
venceu as eleições presidenciais, alarmando o Sul. Temendo que Lincoln abolisse
a escravidão, sete estados sulistas, sob iniciativa da Carolina do Sul,
resolveram separar-se dos EUA (dezembro 1860) antes que ele tomasse posse
(março 1861). Os estados separatistas (Mississipi, Flórida, Geórgia, Alabama,
Louisiana e Texas, além da Carolina do Sul) formaram um novo país, os Estados
Confederados da América ou Confederação e elegeram Jefferson
Davis presidente. Lincoln tomou posse e, embora tentasse uma conciliação,
afirmou que a União – a unidade política dos EUA e o nome pelos quais ficaram
conhecidos os estados nortistas – era perpétua. A Confederação manteve-se
irredutível e, em abril de 1861, forças sulistas e nortistas entraram em
confronto pela posse do Forte Sumter, em Charleston, na Carolina do Sul,
guarnecido por soldados da União. Era o início da Guerra da Secessão, que
deixou o país dividido: em maio, outros quatro estados sulistas aderiram à
Confederação: Virgínia, Carolina do Norte, Tennessee e Arkansas, elevando para
onze o número de estados separatistas. Mas os estados escravistas de Delaware,
Maryland, Kentucky e Missouri apoiaram a União, assim como a parte ocidental da
Virgínia. (Uma parte do exército sulista era leal à União, o que dificultou a
situação para os sulistas.)
O
conflito militar
As
forças do Sul. A Confederação possuía 9 milhões de habitantes, sendo 4
milhões de escravos. Começou a guerra com 35 mil soldados e chegou a mobilizar
mais de 700 mil. Tinha a vantagem de possuir melhores oficiais do que o Norte e
contar com apoio da Grã-Bretanha e da França, que lhe forneceram armas. Mas não
possuía quase nenhuma base industrial (os armamentos eram, em sua maioria,
importados), tinha menos recursos financeiros e uma população menor do que a da
União.
As
forças do Norte. A União possuía 22 milhões de habitantes. Iniciou a
guerra com 19 mil soldados mas conseguiu nos anos seguintes recrutar mais de
1,5 milhões. O apoio dos estados do Oeste, a sua base industrial (já a terceira
maior do mundo, inclusive belicamente), sua rede ferroviária, seu poder
financeiro e o tamanho da sua população foram decisivos para sua vitória a
longo prazo.
Em
um primeiro momento, a vantagem militar esteve com os sulistas mas com tempo a
União fez sentir a sua superioridade numérica, econômica e moral:
(I)
os portos do Sul foram bloqueados pela marinha do
Norte, impedindo o contato com a Grã-Bretanha e a França;
(II)
Lincoln lançou a Proclamação da Emancipação (setembro
1862) declarando livres os escravos dos estados rebeldes(sulistas, contra a
União), legitimando a guerra como uma campanha justa contra a escravidão e
mobilizando os negros do Norte contra a Confederação;
(III)
a estratégia
militar do general Ulysses S. Grant, Comandante-Chefe da
União, de destruição do território sulista, enfraquecendo o moral dos rebeldes,
e de atacar continuamente e sem descanso o exército confederado (comandadas por
Robert E. Lee), sem se preocupar com as perdas nortistas. A
partir de 1864, as principais cidades do sul foram tomadas e incendiadas,
incluindo Richmond, a capital da Confederação, em abril de 1865 . No mesmo mês
da queda de Richmond, as forças sulistas se renderam, derrotadas. A mais
violenta guerra da história dos EUA matou 620 mil americanos (360 mil da União
e 260 mil da Confederação) e deixou 500 mil feridos.
Consequências
-
A escravidão foi abolida, atendendo aos interesses dos estados do norte. Apesar
disso, os negros não tiveram nenhum programa governamental que lhes garantissem
a integração social. Após a liberdade, foram marginalizados pela sociedade.
-
A região sul foi ocupada militarmente até o ano de 1877.
-
O processo de industrialização do norte intensificou-se ainda mais, gerando
mais riqueza na região. Por outro lado, o sul passou por uma crise, perdendo
influência política.
Ao decretar a vitória do norte, o modelo
industrialista passou a nortear a política econômica norte-americana. Já em
1863, os escravos foram libertos. Com o rápido processo de desenvolvimento do
capitalismo, a nação norte-americana se tornou uma das principais potências
econômicas do mundo contemporâneo.
A vitória do Norte restaurou a unidade
territorial dos EUA, aboliu a escravidão em todo o país (13a Emenda à
Constituição, em 1865, ampliando a Proclamação da Emancipação) e permitiu um
grande desenvolvimento do capitalismo industrial americano nas décadas
seguintes. Contudo, os escravos libertados não receberam ajuda do Estado e a
maioria esmagadora continuou vivendo na pobreza, ficando marginalizada
politicamente. Além disso, o ressentimento sulista, sobretudo a ação de
aventureiros nortistas a procura de cargos políticos no Sul com apoio dos
negros, refletiu-se no aparecimento de grupos terroristas racistas (a Ku Klux
Klan) e na criação de leis que segregavam os negros dos brancos, negando-lhes
vários direitos. Além disso, o inconformismo com a derrota da Confederação
levou um sulista radical a assassinar Lincoln em um espetáculo teatral, em
Washington (14 abril 1865).
NEW
DEAL
Devido à crise de 1929 que os Estados Unidos da
América enfrentavam foi criado o New Deal (novo acordo), com o intuito
de o estado intervir na economia, onde este era liberal, ou seja, os norte
americanos viviam o chamado liberalismo econômico onde o estado não intervém
nas atividades econômicas. Este foi o maior fator para o fim do capitalismo
liberal.
O “novo acordo” foi um conjunto de medidas criado
no governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), que foi inspirado nas
idéias do economista John Keynes onde visava tomar medidas econômicas que
garantissem o pleno emprego dos trabalhadores. Keynes defendia, também, uma redistribuição
de lucros pra que o poder aquisitivo dos consumidores aumentasse de acordo com
o desenvolvimento dos meios de produção.
O New Deal abrangia a agricultura, a indústria e a
área social. Entre as principais medidas estavam:
-
Concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados para que pagassem as suas
dívidas e reordenassem a produção;
-
Controle da produção visando à manutenção dos preços dos produtos;
- Fixação
dos preços de produtos básicos, como carvão, petróleo, cereais etc.
-
Realização de diversas obras públicas, para a criação de novos empregos,
visando os milhões de desempregados.
- Aumento
do salário dos empregados;
- Criação
de um salário-desemprego para aliviar a situação da miséria dos desempregados;
- Jornada
de trabalho de 8 horas;
-
Legalização dos sindicatos;
-
Erradicação do trabalho infantil;
- Erradicação
da previdência social;
Este programa não liquidou
totalmente a crise econômica, mas manteve a estabilidade. A partir de 1935, a
economia do país voltou a se estabelecer, mas só se restabeleceu totalmente com
a Segunda Guerra Mundial.
Muito boa a postagem .....
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