quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

GUERRA DE SECESSÃO E NEW DEAL - 9º ANO (8ª SÉRIE)


9º Ano (8ª SÉRIE) GUERRA DE SECESSÃO e NEW DEAL



Introdução

A Guerra de Secessão foi um conflito militar que ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos de 1861 e 1865. De lado um ficaram os estados do sul contra os estados do norte.




Causas:

Os estados do sul tinham uma economia baseada no latifúndio escravista e na produção, principalmente de algodão, voltada para a exportação. Enquanto isso, os estados do norte defendiam a abolição da escravidão e possuíam suas economias baseadas na indústria. Esta diferença de interesses deflagrou o conflito.

A forte tradição de autonomia estadual: era muito forte a convicção nos estados americanos (sobretudo nos do Sul, escravistas) que a adesão aos EUA durante a independência era um ato voluntário. Isso implicava também no direito de secessão ou separação, caso a união não fosse mais vista como vantajosa aos interesses dos estados. Esse argumento foi central na decisão sulista de constituir um outro país separado do Norte, em 1860.

A Questão da Escravidão. A decisão de manter a escravidão ou aboli-la era responsabilidade dos estados, que tinham a autonomia nessa questão desde a independência. Os estados do Norte (capitalistas), não dependiam da escravidão e a aboliram, enquanto os estados do Sul, por dependerem dela em suas plantations, decidiram mantê-la. O desenvolvimento industrial do Norte na primeira metade do século XIX, com sua sociedade cada vez mais moderna e inspirada no liberalismo político, tendia a gerar um confronto com o escravismo no Sul. A escravidão sulista era cada vez mais criticada pelos nortistas como um regime atrasado, obstáculo à modernização dos EUA. Com efeito, na década de 1850 o movimento abolicionista cresceu e uma visão simpática aos negros expandiu-se.

A Questão Tarifária. Os estados sulistas tinham poucas indústrias e eram importadores de produtos industriais, defendendo o livre-comércio. Os estados nortistas, ao contrário, defendiam o protecionismo alfandegário contra a concorrência estrangeira.

A Questão do Oeste. Sulistas e nortistas disputavam o status dos novos estados do Oeste, que determinaria o equilíbrio entre as bancadas parlamentares abolicionistas e escravistas no Congresso, favorecendo ou não a proibição da escravidão. Pelo Ato do Kansas-Nebraska (1854), esses estados poderiam optar pela adoção do trabalho escravo, contrariando os acordos anteriores.

A radicalização do movimento abolicionista (1854-1860). Surgiram sociedades secretas que ajudavam a fuga de escravos e organizações políticas que pressionavam pela intervenção federal contra a escravidão. Em 1854, foi criado o Partido Republicano, defensor da abolição. Os republicanos cresceram eleitoralmente em 1855-1860, assustando os sulistas, o que aumentou a tensão na relação entre as duas regiões.

Em 1860, o candidato do Partido Republicano, senador Abraham Lincoln, venceu as eleições presidenciais, alarmando o Sul. Temendo que Lincoln abolisse a escravidão, sete estados sulistas, sob iniciativa da Carolina do Sul, resolveram separar-se dos EUA (dezembro 1860) antes que ele tomasse posse (março 1861). Os estados separatistas (Mississipi, Flórida, Geórgia, Alabama, Louisiana e Texas, além da Carolina do Sul) formaram um novo país, os Estados Confederados da América ou Confederação e elegeram Jefferson Davis presidente. Lincoln tomou posse e, embora tentasse uma conciliação, afirmou que a União – a unidade política dos EUA e o nome pelos quais ficaram conhecidos os estados nortistas – era perpétua. A Confederação manteve-se irredutível e, em abril de 1861, forças sulistas e nortistas entraram em confronto pela posse do Forte Sumter, em Charleston, na Carolina do Sul, guarnecido por soldados da União. Era o início da Guerra da Secessão, que deixou o país dividido: em maio, outros quatro estados sulistas aderiram à Confederação: Virgínia, Carolina do Norte, Tennessee e Arkansas, elevando para onze o número de estados separatistas. Mas os estados escravistas de Delaware, Maryland, Kentucky e Missouri apoiaram a União, assim como a parte ocidental da Virgínia. (Uma parte do exército sulista era leal à União, o que dificultou a situação para os sulistas.)

O conflito militar

As forças do Sul. A Confederação possuía 9 milhões de habitantes, sendo 4 milhões de escravos. Começou a guerra com 35 mil soldados e chegou a mobilizar mais de 700 mil. Tinha a vantagem de possuir melhores oficiais do que o Norte e contar com apoio da Grã-Bretanha e da França, que lhe forneceram armas. Mas não possuía quase nenhuma base industrial (os armamentos eram, em sua maioria, importados), tinha menos recursos financeiros e uma população menor do que a da União.

As forças do Norte. A União possuía 22 milhões de habitantes. Iniciou a guerra com 19 mil soldados mas conseguiu nos anos seguintes recrutar mais de 1,5 milhões. O apoio dos estados do Oeste, a sua base industrial (já a terceira maior do mundo, inclusive belicamente), sua rede ferroviária, seu poder financeiro e o tamanho da sua população foram decisivos para sua vitória a longo prazo.

Em um primeiro momento, a vantagem militar esteve com os sulistas mas com tempo a União fez sentir a sua superioridade numérica, econômica e moral:

(I)                                           os portos do Sul foram bloqueados pela marinha do Norte, impedindo o contato com a Grã-Bretanha e a França;

(II)                                        Lincoln lançou a Proclamação da Emancipação (setembro 1862) declarando livres os escravos dos estados rebeldes(sulistas, contra a União), legitimando a guerra como uma campanha justa contra a escravidão e mobilizando os negros do Norte contra a Confederação;

(III)                                      a estratégia militar do general Ulysses S. Grant, Comandante-Chefe da União, de destruição do território sulista, enfraquecendo o moral dos rebeldes, e de atacar continuamente e sem descanso o exército confederado (comandadas por Robert E. Lee), sem se preocupar com as perdas nortistas. A partir de 1864, as principais cidades do sul foram tomadas e incendiadas, incluindo Richmond, a capital da Confederação, em abril de 1865 . No mesmo mês da queda de Richmond, as forças sulistas se renderam, derrotadas. A mais violenta guerra da história dos EUA matou 620 mil americanos (360 mil da União e 260 mil da Confederação) e deixou 500 mil feridos.



Consequências

- A escravidão foi abolida, atendendo aos interesses dos estados do norte. Apesar disso, os negros não tiveram nenhum programa governamental que lhes garantissem a integração social. Após a liberdade, foram marginalizados pela sociedade.

- A região sul foi ocupada militarmente até o ano de 1877.

- O processo de industrialização do norte intensificou-se ainda mais, gerando mais riqueza na região. Por outro lado, o sul passou por uma crise, perdendo influência política.

Ao decretar a vitória do norte, o modelo industrialista passou a nortear a política econômica norte-americana. Já em 1863, os escravos foram libertos. Com o rápido processo de desenvolvimento do capitalismo, a nação norte-americana se tornou uma das principais potências econômicas do mundo contemporâneo.

A vitória do Norte restaurou a unidade territorial dos EUA, aboliu a escravidão em todo o país (13a Emenda à Constituição, em 1865, ampliando a Proclamação da Emancipação) e permitiu um grande desenvolvimento do capitalismo industrial americano nas décadas seguintes. Contudo, os escravos libertados não receberam ajuda do Estado e a maioria esmagadora continuou vivendo na pobreza, ficando marginalizada politicamente. Além disso, o ressentimento sulista, sobretudo a ação de aventureiros nortistas a procura de cargos políticos no Sul com apoio dos negros, refletiu-se no aparecimento de grupos terroristas racistas (a Ku Klux Klan) e na criação de leis que segregavam os negros dos brancos, negando-lhes vários direitos. Além disso, o inconformismo com a derrota da Confederação levou um sulista radical a assassinar Lincoln em um espetáculo teatral, em Washington (14 abril 1865).



NEW DEAL

Devido à crise de 1929 que os Estados Unidos da América enfrentavam foi criado o New Deal (novo acordo), com o intuito de o estado intervir na economia, onde este era liberal, ou seja, os norte americanos viviam o chamado liberalismo econômico onde o estado não intervém nas atividades econômicas. Este foi o maior fator para o fim do capitalismo liberal.

O “novo acordo” foi um conjunto de medidas criado no governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), que foi inspirado nas idéias do economista John Keynes onde visava tomar medidas econômicas que garantissem o pleno emprego dos trabalhadores. Keynes defendia, também, uma redistribuição de lucros pra que o poder aquisitivo dos consumidores aumentasse de acordo com o desenvolvimento dos meios de produção.

O New Deal abrangia a agricultura, a indústria e a área social. Entre as principais medidas estavam:

- Concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados para que pagassem as suas dívidas e reordenassem a produção;

- Controle da produção visando à manutenção dos preços dos produtos;

- Fixação dos preços de produtos básicos, como carvão, petróleo, cereais etc.

- Realização de diversas obras públicas, para a criação de novos empregos, visando os milhões de desempregados.

- Aumento do salário dos empregados;

- Criação de um salário-desemprego para aliviar a situação da miséria dos desempregados;

- Jornada de trabalho de 8 horas;

- Legalização dos sindicatos;

- Erradicação do trabalho infantil;

- Erradicação da previdência social;

Este programa não liquidou totalmente a crise econômica, mas manteve a estabilidade. A partir de 1935, a economia do país voltou a se estabelecer, mas só se restabeleceu totalmente com a Segunda Guerra Mundial.




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